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6 de junho de 2010

Capítulo 46: As reformas e a desmoralização do clero

As reformas na igreja e a desmoralização do clero

Com o processo de centralização monárquica, em andamento na Europa desde o final da Idade Média, tornou-se tenso o relacionamento entre os reis e a Igreja até então detentora de sólido poder temporal, além do domínio espiritual sobre a população. Os membros do clero católico detinham o poder-político administrativo sobre os reinos. Roma, isto é, o Papa recebia tributos feudais provenientes de vastas extensões de terra controladas pela Igreja em toda a Europa, e o advento dos Estados centralizados fez com que essa prática passasse a ser questionada pelos monarcas.
A expansão capitalista encontrou entraves nas pregações da Igreja que “condenava” a usura, ou cobrança de juros por empréstimos feitos e, defendia o “justo preço” na comercialização das mercadorias. Os empréstimos bancários a juros eram considerados pecado e a burguesia passou a não encontrar sentido nas necessidades espirituais, causando uma crise de religiosidade. Dentro do tomismo predominante a Igreja via no livre arbítrio e nas boas obras o caminho da salvação e do outro lado, a teologia agostiniana (fundada no princípio da salvação pela fé cega e predestinação).
A crise religiosa se delineava com a desmoralização do clero. Os abusos e o poder excessivo de seus membros do alto e baixo clero contradiziam abertamente suas pregações moralizadoras. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, embora contra a usura e o lucro, a Igreja a praticava de forma desenfreada. O comércio de “bens eclesiásticos”, o uso de autoridade para garantir privilégios, o desrespeito ao celibato clerical e até a venda de cargos eclesiásticos, não eram raros na Igreja desde o final da Idade Média.
O maior escândalo, além do comportamento permissivo, era a venda das indulgências, isto é, do perdão dos pecados cometidos pelos fiéis em troca de pagamentos (Dízimos, Bízimos e Trízimos) a religiosos, incluindo o papa. Aqueles que contribuíssem para a construção da Catedral de São Pedro, em Roma, recebiam de Deus o perdão total dos pecados: Indulgências, passaporte carimbado com passagem grátis para o "paraíso e o Reino dos Céus". Também saiu das minas dos Andes – Potosi - (atual Bolívia), a prata que os banqueiros alemães Fuggers, entregaram ao Vaticano para a construção da cúpula da Basílica de São Pedro.
Em pleno Renascimento, as críticas à corrupção e à instituição clerical foram se tornando comuns e, às vezes, bastante intensas, como nas obras de Erasmo de Rotterdam e Thomas Morus. Esses pensadores e reformadores pregavam mudanças no interior da Igreja, visando combater a desmoralização do clero e buscar uma adaptação aos novos tempos. Eles declaravam: “Esta sagrada gentes com títulos faustosos de reverendíssimos, ilustríssimos, santíssimos papas, cardeais e bispos, dirigiam aos povos belas palavras. Enquanto afagam com uma das mãos os seus bons fiéis, furtam com a outra, superando reis e rainhas na superação de riquezas e tesouros.”
Nas universidades, o movimento da crítica ganhava vulto, na Inglaterra com John Wyclif. Atacavam o sistema eclesiástico, a opulência do clero e a venda de indulgências, defendendo o confisco dos bens da igreja e a adoção de votos de pobreza material do cristianismo primitivo. João Huss, teólogo e padre tcheco acabou preso, condenado e queimado na fogueira por querer renovar a igreja quando a imprensa ainda não existia, por decisão do Concílio de Constança em 1415.
Por essa época a Igreja, detinha o monopólio do fabrico da cerveja, então produzida em mosteiros. Mas o Rei da Boêmia, teve que vencer uma queda-de-braço diplomática com o Vaticano para revogar um decreto papal que proibia os cristãos boêmios de produzirem e beberem cerveja.
O grande rompimento iniciou-se na Alemanha que ainda era basicamente feudal, agrária. A igreja era poderosa pois possuía um terço total das terras e a nobreza alemã encontrava-se ansiosa por diminuir a influência da instituição.

A Reforma teve início com Martinho Lutero, membro do clero e professor da Universidade de Wittenberg. Crítico, pregava a teoria agostiniana da predestinação, negando os jejuns e contra a venda de indulgências e dirigia as suas críticas à Igreja e ao próprio papa. Para Lutero, o homem não precisava tomar o atalho da Igreja ou de seus sacerdotes para conseguir o perdão de Deus. Muito menos o perdão de Deus dependia de uma soma de paga à Igreja em troca de indulgências. Ele queria voltar às origens, às fontes do cristianismo, tal como lemos no Novo Testamento. “Somente as Escrituras”, dizia ele. Em 1520, o papa Leão X redigiu uma bula condenando Lutero , exigindo sua retratação e ameaçando-o de excomunhão. Lutero queimou a bula em público e a nobreza alemã posicionou-se em sua maioria contra o papa. O imperador Carlos V convocou uma assembléia, chamada de Dieta de Worms, na qual o monge foi considerado herege.
Acolhido por parte da nobreza, Lutero aos trinta e cinco anos aprendera grego e passou a dedicar-se à tradução da Bíblia do latim para o alemão e a desenvolver os princípios da nova corrente religiosa, fundamento à doutrina luterana na Confissão de Augsburgo. Cada um deveria ter acesso à Bíblia, e não somente padre e monges, a fim de poder ser o pastor de si mesmo, por assim dizer. Mas Lutero dizia também que o homem não obtinha o perdão de Deus e a libertação de seus pecados por meio de rituais da Igreja. Para ele, a redenção era concedida ao homem de forma “inteiramente grátis”, através unicamente da fé. E ele mesmo chegara a isso com as leituras da Bíblia. E mais, ele afirmava que, depois do pecado original, a humanidade estava totalmente aniquilada. Só por meio da graça de Deus é que o homem “se justificava”, dizia ele. Pois o pagamento pelos pecados é a morte. Ao subordinar a Igreja ao Estado. Lutero atraiu a simpatia de grande parte da nobreza alemã e essas idéias serviram para inspirar a revolta camponesa dos anabatistas que admitiam o batismo dos adultos, pois as crianças não tinham maturidade para optar. Se o batismo é realizado para a remissão dos pecados, e a criança não tem pecados, como diz o próprio Jesus, ele estava certo. Lutero condenou violentamente os anabatistas, pregando a utilização da força para extermina-los, repeliu a burguesia, pois considerava o dinheiro um instrumento do demônio para a disseminação do pecado.
Os fundamentos da Doutrina de Lutero:

o princípio da salvação pela fé, rejeitando o tomismo;
• a manutenção de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia;
• a utilização do alemão, em lugar do latim, nos cultos religiosos;
• submissão da Igreja ao Estado;
• a supressão do clero regular, do celibato clerical e das imagens religiosas (ícones);
• a negação da transubstanciação (transformação do pão e vinho no corpo e sangue de Cristo, aceitando-se a consubstanciação do pão e vinho que representam o Corpo de Cristo;
• a livre leitura da Bíblia, vista como único dogma da nova religião , (daí a importância de tê-la traduzida para o idioma comum do povo)

A tradução da Bíblia, do hebraico e do grego para o alemão em 1522 pelo pastor Lutero, que acreditava que os doentes mentais eram obra do diabo, popularizou os textos bíblicos e a interpretação da Bíblia passou a ser mais liberal e menos dogmática.
Mais tarde, até os nossos tempos em 1753 em português, começaram a aparecer uma grande variedade de igrejas protestantes e de traduções , preocupadas em aproximar o Livro Sagrado da compreensão do povo. Antes dos relatos orais para o pergaminho e o papiro, com fortes influências do Oriente, escrever e traduzir o livro hebraico para o grego já foi uma missão de diplomacia. Já os protestantes e evangélicos, sempre seguiram a versão da Bíblia judaica, ou seja, a tradução feita com base no hebraico, com apenas alguns capítulos em aramaico, mesmo com erros geográficos e históricos. Depois, muitas histórias se perderam, outras foram descartadas ou ganharam novos contornos, nessas sucessivas transcrições. Novas interpretações introduziram-se bem como modificações várias intencionais de acordo com diversas mãos e a mensagem que os grupos ideológicos “vencedores”, queriam passar.
Seguiram-se guerras religiosas que só foram resolvidas pela Paz de Augsburgo, que estabelecia o princípio de que cada governante poderia escolher sua religião e a de seus súditos. Na Suíça, Ulrich Zwinglio levou as idéias de Lutero ao país e desencadeou violenta guerra civil, da qual foi vítima.

Martinho Lutero (1483-1546), salientou-se por sua luta contra a tirania, mas terminou por se tornar um tirano também. Quando viu que os judeus, (antes dizia que os judeus tinham parentesco de sangue com o Nosso Senhor, e que pertenciam a Cristo mais do que eles), não iriam se converter a sua religião e prosseguiam na sua antiga fé, ordenou:

“Queimai suas sinagogas e escolas, enterrai o que não for possível queimar..depredai seus e destruí suas casas...e todos os seus livros de oração e seus Talmuds...proibi a seus rabinos de ensinar sob, pena de lhes ser cortada a língua se insistirem”,

e conselhos semelhantes eram dados por Lutero, contra o povo judeu. Por seus últimos atos, oprimindo os desprotegidos, submeteu completamente a religião, ao poder à riqueza empregando os mesmos processos, usados pela igreja medieval, e frustrando as esperanças pela opressão daqueles que sonhavam possuir no evangelho a promessa de uma vida presente tão boa quanto a futura.
Pouco depois chegou a Genebra, João Calvino, que fundou uma nova corrente religiosa e suas idéias fundavam-se no princípio da predestinação absoluta, segundo a qual todos os homens estavam sujeitos à vontade de Deus, e, apenas alguns estariam destinados à salvação eterna. Calvino, considerava a Bíblia a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular. Criticava o culto às imagens e admitia apenas os sacramentos da eucaristia e batismo.
O Calvinismo expandiu-se por toda a Europa, Dinamarca, Escócia e Países Baixos, mais do que o Luteranismo, na medida em que, atendia às expectativas da burquesia, cujos seguidores foram chamados presbiterianos e puritanos. Na Inglaterra foi instaurada a doutrina anglicana. A paz de Westphalia encerra oficialmente o período histórico da Reforma na Europa, a partir desta completa liberdade religiosa, surgem, em diferentes lugares novos líderes religiosos com diferentes interpretações bíblicas, costumes e práticas, que dera, origem as novas denominações religiosas.
A cristandade ainda estava muito longe da religião de Cristo.


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